terça-feira, 29 de dezembro de 2015

REMINISCÊNCIAS E AMENIDADES...NADA MAIS!








 
Na tarde da sexta-feira, dia 18, planejei resolver três pequenas pendências, sem cansar muito o esqueleto. Na Rua José Clóvis de Castro, esquina com a Cursino, pensei em passar na biblioteca. A poucos metros na mesma rua, pegar um atestado no 413º Cartório Eleitoral. No logradouro paralelo, a Rua Domingos de Rogatis, tomar a vacina antigripal, na UBS Neusa Rosália Morales. O prazo final, adiado diversas vezes, expirou no dia 14 — segundo informações na imprensa.
A mão do destino me ofereceu duas alternativas: as obrigações primeiro, e depois a distração. Irresponsavelmente, optei pela segunda. Na confluência das avenidas Bosque da Saúde e Cursino, encontrei velhos amigos de trabalho, que me "intimaram sob coação", a relembrar nossas antigas confraternizações nos anos 90. Fomos tomar um chope, devidamente acompanhado de tilápias fritas e cubinhos de queijo provolone à milanesa. O proprietário do estabelecimento, ex-componente daquele nosso grupo, preparou estes petiscos pré-encomendados e atualmente, fora do cardápio. Hilário, comeu e bebeu mais do que nós.
Era o nosso clube do Bolinha, composto só de marmanjos. Assuntos em pauta? Reminiscências e logicamente, referências elogiosas às nossas mulheres — segundo dizia sabiamente John Lennon, "a mulher é a outra metade do céu". Ainda sob os efeitos recentes e traumáticos da Copa, irreversível e fatalmente, a conversa culminou em lamentos e análises de estratégias não aplicadas. Um balanço geral que me inspirou a comentar tais amenidades, dignas de aliviar as dores do mundo.
Com o perdão das obviedades e tolices, tudo já pertence ao passado. Dívidas e problemas pré-existentes à Copa são os mesmos de sempre, e a vida seguirá seu cotidiano. Por um capricho futebolístico, o Brasil derrapou para a 7ª colocação no ranking da FIFA — de triste memória, o fatídico sete, o numeral cabalístico e daquele... placar! Então, vamos fechar a conta e nossa "derradeira análise" do campeonato mundial em 2014. Aliás, ironicamente, a soma destes números, resulta em 7.
Uma andorinha só não faz verão ou seria... um Neymar só não faz a seleção? Muitos, palpiteiros como nós, têm uma visão míope e opinião de leigos, no chamado esporte bretão. Certamente, divergente da maioria dos especialistas em futebol. Mas, concluímos que, para realizar estripulias e malabarismos com a bola, tripudiar sobre equipes de reduzida capacidade técnica, até o Zé Coalhada do Arranca Toco Futebol Clube conseguiria. Popularmente falando: "encheram a bola" de jogadores limitados e comuns.
Na fase preparatória, a CBF organizou alguns amistosos contra seleções inexpressivas ou inofensivas e, as previsíveis vitórias, projetaram uma ilusória impressão de que tudo estava bem, e o hexacampeonato já era nosso. Como diria o insuperável e saudoso craque, Mané Garrincha, só esquecemos de combinar com os adversários. E pensar que praticávamos o melhor futebol do planeta bola — um parâmetro para o mundo. Após o tsunami germânico em terras mineiras, “oxalá” o brasiliense estádio Mané Garrincha não seja doravante, a denominação de um elefante branco. Para os bons entendedores, um risco quer dizer Francisco.
Vamos ponderar que, à exceção de uns 3 ou 4 jogadores residentes no país, tínhamos na verdade, um agrupamento de "estrangeiros" brasileiros — alguns, indicados no exterior por olheiros. Em campo, foi flagrante a apatia, a falta de empenho e entrosamento; não demonstraram quaisquer resquícios da antiga garra e amor à camisa da seleção. Sediar a Copa nos dispensou da fase eliminatória, onde as deficiências teriam que ser corrigidas, sob o risco da não classificação para o certame mundial.
Pouco entendemos de táticas futebolísticas. No entanto, pensamos nestes convocados atuando em seus clubes, seguindo os rígidos e aplicados padrões europeus. Em nosso país, foram instruídos a jogar, no ultrapassado e retrógrado, esquema do Brasil. Será que erramos em não convertê-los ao sistema moderno e produtivo de jogar futebol? Terá sido este o ponto fora da curva?
Na fase “vexamitória”, deu no que deu. Nunca "antes neste país", se destinou tal montante financeiro, ou disponibilizados tantos recursos para a confortável e luxuosa preparação da equipe. A quarta colocação — também conhecida como terceira entre os últimos —, rendeu à CBF a módica quantia de 43 milhões de reais. Para cada membro da delegação, foram contabilizados míseros 800 mil, que certamente não causaram "chororô" em ninguém.

Se não fizerem questão da "pequena" premiação, abdiquem de uma parte e pratiquem a benemerência. Recomendo a AACD ou APAE, entre outras instituições. Qualquer auxílio será bendito e bem-vindo. Os alemães contribuíram com 30 mil, para a aquisição de uma ambulância, que beneficiará a tribo dos índios pataxós; para a comunidade da pequeníssima Santo André em Santa Cruz Cabrália — onde se celebrou a 1ª missa no Brasil —; doaram verba para reformar a escola local e deixaram o Campo Bahia, utilizado para os seus treinamentos. Embora modesto legado, é isto, simples assim. Afinal, segundo a sabedoria popular, dinheiro não aceita desaforos, caixão não tem gavetas e há muitos "pobres" que só têm dinheiro... nada mais!

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