segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Comentário sobre reportagem no Estadão de 28 de dezembro de 2015

'Na casa dos irmãos Borges, todos ouviam Beatles', diz Milton Nascimento. 



Certa tarde, nos distantes anos 60, ao retornar da escola primária, ouvi pela primeira vez 'Please, Please Me' e 'She Loves You', senti o corpo tremer de emoção indescritível — irreversívelmente condenado a ser mais um 'beatlemaníaco'.  A partir de então, o diário joguinho de futebol, as bolinhas de gude, empinar pipas, além das figurinhas e gibis, tornaram-se diversões secundárias. Após o almoço ligeiro, corria para o rádio valvulado, percorrendo as estações, em busca 'daquele som'.


Na terra do sol nascente, a devoção aos Beatles é tão grande que ao adentrar nas lojas especializadas de discos, tem-se a impressão que os 'Fab-Four' continuam na ativa, eternizando o 'sonho' através das gerações, tão carentes de autênticos ídolos. Feliz, é todo aquele que teve o privilégio de participar da magia que suas canções transmitiram na época e perdura até hoje.

A quem disser que é exagero, ouso afirmar que as canções dos Beatles em arranjos de jazz, blues, instrumentais, reggae, bossa-nova, chorinho e outros gêneros, se amoldam e combinam perfeitamente, tamanha a riqueza das harmonias. Quase todos hão de concordar sobre os toques de genialidade na obra dos rapazes de Liverpool. Com as devidas exceções, o restante do repertório se adapta bem à diferentes ritmos, soando original e contemporâneo.

Imprescindível Milton, irmão de fé no gosto musical e crenças, acrescentando  o Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, entre outros, a denominada 'música mineira', me toca tão fundo que, ao fechar os olhos, posso imaginar as montanhas, as casas e seus telhados, suas igrejas, as ruas e ladeiras. Consigo visualisar imagens que meus olhos pouco viram, mas que conservo nítidas em um canto no coração. É minha Paixão e Fé, descrita na canção homônima.

Bituca, quando escutei a 'Canção do Sal', senti também, algo mágico e diferente na harmonia e desde então, mergulhei fundo em sua maravilhosa obra. O 'Clube da Esquina 1 e 2', 'Minas' e 'Gerais', sempre foram meus álbuns de cabeceira no Brasil e Japão, onde morei; tenho-os em fita k7, vinil e CD.




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